quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Auto da Barca do Inferno - cena do Onzeneiro


Hoje, dia 28 de Outubro, lemos e analisamos a cena do Onzeneiro. Estão aqui alguns apontamentos que te poderão ajudar.

Cena Do Onzeneiro (Usuário)

Símbolos cénicos:
-bolsão: representa o dinheiro

Esta personagem pertence:
-à burguesia

“Oh! Que má-hora venhais,/ onzeneiro, meu parente!”:
-o Diabo revela, com este tratamento, que Onzeneiro tem semelhanças com ele, é como se fossem membros da mesma família
-o Diabo sempre o ajudou a fazer o mal, a enganar os outros
-agora os papeís invertem-se: é a vez de o Onzeneiro ajudar o Diabo

Defesas:
-ter morrido sem esperar
-não ter tido tempo de “apanhar” mais dinheiro
esta queixa mostra que, para esta personagem, o dinheiro era importante
-jura ter o bolsão vazio
-precisa de ir à Terra para ir buscar mais dinheiro (para comprar o Paraíso)

Acusações:
-Anjo: acusa-o de levar um bolsão cheio de dinheiro e o coração cheio de pecados, cheio de amor pelo dinheiro
-ser avarento

O Onzeneiro é condenado pelo Anjo ao Inferno porque:
-leva o coração cheio de pecados, cheio de amor pelo dinheiro e o bolsão representa esse dinheiro

O Onzeneiro interpreta a recusa do Anjo como:
-que, por não ter dinheiro, não pode entrar no Paraíso
-ele pensa que, com o dinheiro, pode comprar tudo e resolver tudo

A vida do Onzeneiro:
-avareza (só pensa em dinheiro)


Desenlace:
-Inferno

terça-feira, 27 de outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Auto da Barca do Inferno - cena do Fidalgo


Cena Do Fidalgo (Don Anrique)

Adereços que o caracterizam:
-Pajem: desprezo pelos mais pobres.
-Manto: vaidade.
-Cadeira: julgava-se importante e poderoso.

Argumentos de Defesa:
-Barca do Inferno é desagradável.
-Tem alguém na Terra a rezar por ele.
-É “fidalgo de solar” e por isso deve entrar na barca do Céu.
-É nobre e importante

Pertence:
-À nobreza

Acusações:
-Ter levado uma vida de prazeres, sem se importar com ninguém.
-Ter sido tirano para com o povo.
-Ser muito vaidoso.
-Desprezava o povo.

Referência ao pai de Don Anrique porque:
-É uma denuncia social, porque também o pai do Fidalgo já tinha entrado na Barca do Inferno, isto é, toda a classe nobre tinha os mesmos pecados.

A movimentação dele em cena:
-1º Foi à barca do Diabo que lhe explica para onde vai a barca e falando sempre em tom de ironia.
-Depois foi à barca do Paraíso para tentar a sua sorte, mas o Anjo acusa-o de tirania e diz-lhe de que maneira nenhuma pode lá entrar.
-O Fidalgo volta para a Barca do Inferno e o Diabo explica-lhe todos os seus pecados, fazendo com que ele fique muito triste e arrependido.

Momentos psicológicos da personagem:
-Ao princípio, o Fidalgo está sereno e seguro que irá para o Paraíso.
-Dirige-se à barca do Anjo, arrogante, e fica irritado porque ele não lhe responde e mostra-se arrependido e desanimado por ter confiado no seu “Estado”.
-No fim dirige-se ao Diabo, mais humilde, pedindo-lhe que o deixe regressar à Terra para ir ter com a amante.

Crítica de Gil Vicente nesta cena:
-Os nobres viviam como queriam (vida de luxúria)
-Pensavam que bastava rezar e ir à missa para ir para o Céu.

Características dadas às mulheres desse tempo:
-Mentirosas
-Infiéis
-Falsas
-Fingidas
-Hipócritas

Caracterização do Fidalgo:
-Nobre (fidalgo de solar).
-Vaidoso.
-Presunçoso do seu estado social.
-O seu longo manto e o criado que carrega a cadeira representam bem a sua vaidade e ostentação.
-A forma como reage perante o Diabo e o Anjo revelam a sua arrogância ( de quem está habituado a mandar e a ter tudo).
-Apresenta-se como alguém importante.
-Despreza a barca do Diabo chamando-lhe “cortiço”.
-A sua conversa com o Diabo revela-nos que além da sua mulher tinha uma amante, mas que ambas o enganavam pois a mulher quando ele morreu chorava mas era de felicidade e a amante antes de ele morrer já estava com outro.
-O Fidalgo é, pois, uma personagem-tipo que representa a nobreza, os seus vícios, tirania, vaidade, arrogância e presunção.

Desenlace:
-Inferno

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Texto dramático - algum vocabulário do teatro


Para te ajudar, achei por bem colocar alguns termos específicos para o teu estudo do texto dramático.
ACTO - Divisão de uma peça teatral determinada pela mudança de espaço (cenário), constituindo a estrutura externa da própria peça.
ADEREÇO – objecto móvel que ajuda a caracterizar uma personagem ou um espaço.
APARTE - Palavras ditas por uma personagem (destinadas a serem ouvidas só pelos espectadores), partindo do princípio que as outras personagens com quem contracena não as ouvem no momento. Através dos apartes, o público torna-se cúmplice dos actores.
BASTIDORES - local por detrás do palco, e lateral, onde normalmente se situam os camarins e se guarda o material utilizado na representação
CAMARIM - local onde os actores se preparam (vestem, fazem a maquilhagem...) antes de entrarem em cena.
CAMAROTE - pequenos compartimentos, situados num nível acima da plateia, destinados aos espectadores.
CENA - Divisão de um acto, marcada pela entrada ou saída de uma personagem.
CENÁRIO - conjunto de elementos visuais que compõem o espaço onde se apresenta um espectáculo teatral.
CENÓGRAFO – pessoa que imagina, concebe e executa o cenário de uma peça de teatro.
COMÉDIA - de origem obscura, supõe-se que se relaciona com cantos em festins de homenagem a Dioniso. Peça teatral que visa a crítica social através da representação de situações da vida real . O recurso ao ridículo, que provoca o riso, tem geralmente uma intenção moralizadora.
CONTRA-REGRA – aquele que tem por função marcar a entrada dos actores em cena.
DIDASCÁLIA - texto secundário constituído pelas informações fornecidas pelo dramaturgo (autor) sobre, por exemplo, o tempo e o lugar da acção (cenário), o vestuário, os gestos das personagens, etc. também é chamado de indicações cénicas.
DRAMA - representação, através de palavras e acções, num espaço destinado a esta finalidade (normalmente, um palco). Nele há, para além das linguagens verbal e gestual, o recurso à luminotécnica e à sonoplastia, aos cenários, ao guarda-roupa, à maquilhagem…
DRAMATURGO – autor de textos dramáticos.
ENCENADOR – aquele que idealiza o espectáculo teatral, dirigindo os actores nos seus papéis, “conduzindo-os” nos ensaios, transmitindo o que pretende a outros intervenientes no processo (cenógrafo, figurinista, luminotécnico, sonoplasta, etc), levando à cena um texto ou a adaptação de um original.
FIGURINISTA - técnico de teatro que se ocupa dos figurinos (guarda-roupa, maquilhagens, etc.)
GUARDA-ROUPA - conjunto das roupas e dos trajes utilizados numa peça de teatro.
MONÓLOGO - é uma fala interiorizado, em que o "eu" é o emissor (o "eu" que fala) e o receptor (o "eu"/"tu" que escuta).
PONTO – pessoa que lê o texto das falas em voz baixa aos actores, caso eles se esqueçam delas. Normalmente está por baixo do palco, ou por detrás, escondido do público.
RÉPLICA - fala dos actores em cena.
SONOPLASTA – pessoa responsável por todos os efeitos sonoros durante uma peça.
TEXTO DRAMÁTICO – texto orientado para a representação. Aquele que é escrito para ser representado.
TRAGÉDIA - associada na origem, na Grécia, a celebrações dionisíacas, definiu-se como espectáculo dramático onde se representam assuntos sérios, dignos, elevados.

Texto dramático - história do teatro

Tudo a postos? Então, vamos começar pela história do teatro.